O Espiritismo é uma ciência?

Allan Kardec escreveu: "Por sua natureza, a revelação espírita tem um duplo caráter: ela atinge ao mesmo tempo a revelação divina e a revelação científica. Guarda relação com a primeira, porque seu advento é providencial, e não o resultado da iniciativa e do desígnio do homem; que os pontos fundamentais da doutrina são de fato o ensinamento dado pelos Espíritos, encarregados por Deus de esclarecer os homens sobre as coisas que eles ignoravam e que não podiam aprender por eles mesmos, mas que lhes importa de conhecer, hoje que estão mortos e podem compreendê-los. Guarda relação com a segunda, porque esse ensinamento não é privilégio de nenhum indivíduo, mas é dado a todo o mundo pela mesma via; que aqueles que o transmitem e aqueles que os recebem de maneira nenhuma são seres passivos, dispensados do trabalho de observação e de pesquisa; que não precisam de forma alguma abnegar de seu julgamento e de seu livre arbítrio; que o controle não lhes é interdito, mas, ao contrário, recomendado; enfim, que a doutrina de forma alguma impõe a crença cega; que é deduzida pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos colocam sob seus olhos, e das instruções que lhes deram, instruções que ele estuda, comenta, compara, e donde tira ele mesmo as conseqüências e as aplicações. Em uma palavra, o que caracteriza a revelação espírita, é que a fonte é divina, a iniciativa pertence aos Espíritos, e a elaboração é feita pelo trabalho do homem."

O Espiritismo não coloca princípios absolutos senão os que são demonstrados pela evidência, ou que ressaltam logicamente da observação. Marchando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque, se novas descobertas demonstrarem que está errado em um ponto, ele se modificará nesse ponto; se nova verdade se revela, ele a aceita.

Da mesma forma que a Ciência propriamente dita tem por propósito o estudo das leis do princípio material, o propósito especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual; ou, como esse último princípio é uma das forças da natureza, que reage incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, resulta que o conhecimento de um não pode ser completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a ciência se completam um ao outro: a ciência sem o Espiritismo se encontra impotente para explicar certos fenômenos somente pelas leis da matéria; o Espiritismo sem a ciência ficaria sem apoio e controle. O estudo das leis da matéria devia preceder aquele da espiritualidade, porque é a matéria que toca primeiro que tudo os sentidos. O Espiritismo vindo antes das descobertas científicas teria sido uma obra abortada, como tudo aquilo que vem antes de seu tempo.

Gabriel Delanne acrescenta: "Muito bem, nós espíritas, viemos dizer aos positivistas isto: Nós nos tornamos vossos discípulos, adotamos vosso método, e não aceitamos por verdadeiras senão as verdades demonstradas pela análise e pelo senso de observação. Longe de nos conduzir aos resultados aos quais tendes chegado, seus instrumentos de pesquisa nos têm feito descobrir um novo modo de vida e nos trazem a certeza sobre os pontos mais discutidos."

As grandes vozes de Crookes1 e de Wallace2, proclamam que do exame positivo dos fenômenos espíritas ressalta claramente que a alma é imortal e que, não somente não morre, mas ainda que pode se manifestar, aos humanos, por meio de leis, embora pouco conhecidas, que regem a matéria ponderável. Todo efeito tem uma causa, e todo efeito inteligente supõe uma causa inteligente; tais são os princípios primeiros, os axiomas inabaláveis sobre os quais repousam nossas demonstrações.

Os materialistas podiam, há pouco tempo atrás, repelir os argumentos das filosofias dizendo que eles não possuíam o verdadeiro método que conduzisse à verdade; mas, com os procedimentos espíritas, nada de semelhante se deve temer. Não viemos dizer: É preciso fé para compreender nossa revelação. Não interditamos a pesquisa livre, dizemos ao contrário: Venham, instruam-se, façam experiências, procurem se dar conta de todos os fenômenos, sejam observadores meticulosos, não aceitem uma experiência senão se tiver podido repeti-la muitas vezes e dentro de circunstâncias variadas, em uma palavra, avance prudentemente na pesquisa do desconhecido, porque marchando à descoberta de novos princípios, os erros são fáceis de cometer. Uma vez que tenham estudado suficientemente, o fenômeno vos instruirá ele mesmo sobre sua natureza e seu poder.

Nós nos servimos das armas de nossos inimigos para os vencer; é ao nome de seus métodos que proclamamos a imortalidade da alma após a morte.

Todas as teorias que querem fazer do homem um autômato, todos os sábios que têm feito da ciência uma proteção para proclamar a materialidade do ser humano, vêem ser dado o mais formidável desmentido pelo testemunho dos fatos. Não, não é verdadeiro que em nós tudo seja matéria; não, não é justo pensar que após a morte do corpo, os elementos que o compunham estão reduzidos a pó; não restará nada daquilo que foi um ser pensante; a experiência nos demonstra que assim que a borboleta sai da crisálida a alma deixa sua vestimenta grosseira de carne para se lançar, radiosa, no espaço, sua pátria eterna. Nada morre aqui em baixo porque nada se perde. O átomo de matéria que escapa de uma combinação permanece no laboratório da natureza, e a alma que se torna livre, pela dissolução das ligações corporais retorna para lá, de onde tinha vindo. A fria noite do túmulo não é mais terrificante para nós, porque temos a prova certa de que os mausoléus não encerram senão as cinzas inertes, e que o ser, amante e pensante não desapareceu. "

Vale a pena anotar:

O Espiritismo não nasceu de uma teoria preconcebida, mas pela aplicação do método experimental aos fenômenos espíritas.

1 William Crookes, Físico e Químico Inglês, descobriu o talium (1861) e mostrou que os raios catódicos são partículas eletrizadas (1878). Membro da Sociedade Dialética de Londres, estudou os fenômenos espíritas com o médium Daniel Dunglas Home e a médium Florence Cook. Suas pesquisas o levaram a concluir pela autenticidade do fenômeno. Ele afirmara, à Académie de Londres : « Não disse que isso é possível, disse que isso existe. » ; ver Recherches sur les phénomènes du Spiritualisme.

2 Alfred Russel Wallace, naturalista Inglês, propôs sua própria teoria da evolução por seleção natural ao mesmo tempo que Darwin. Membro da Sociedade Dialética de Londres, estudou os fenômenos espíritas durante vários anos e concluiu a favor da autenticidade do fenômeno em Les miracles et le Spiritisme


Fonte: Portal do Espiritismo


2 comentários:

Dulce Miller disse...

Pronto, custei pra chegar aqui mas finalmente consegui ler tudinho e ADOREI!!!
Saudades de você, Cacauzinha!!!

Beijão, fique sempre com Deus!

(eu tô ouvindo uma música linda aqui ou tô sonhando?) Procurei e não achei...aff, deve ser o sono!

Carol disse...

E EU TAMBÉM DE VC QUERIDA1
A MUSICA ESTA NA POSTAGEM “SERVIR SEMPRE!”, É BEM CALMANTE E VC COM SONO ENTÃO!
BEIJO NO SEU CORAÇÃO!
DEUS TE GUARDE!