Primeiramente, vejamos alguns conceitos encontrados no Livro dos Espíritos.

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?


“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.”

77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou serão simples emanações ou porções desta e, por isto, denominados filhos de Deus?

“Meu Deus! São obra de Deus, exatamente qual a máquina o é do homem que a
fabrica. A máquina é obra do homem, não é o próprio homem. Sabes que, quando faz
alguma coisa bela, útil, o homem lhe chama sua filha, criação sua. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos Seus filhos, pois que somos obra Sua.”

82. Será certo dizer-se que os Espíritos são imateriais?

“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem deficiente? Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”

93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem
alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?

“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante
grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e
transportar-se aonde queira.”

Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma
substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

Pois bem, já temos certas definições básicas sobre o assunto. Aprofundemos-nos, agora, um pouco mais.

Os espíritos não são, como frequentemente se imagina, seres à parte da criação; são as almas daqueles que viveram encarnados, despojados de seu envoltório corporal. Quem admitir a existência da alma sobrevivendo ao corpo, admite, por isso mesmo, a existência dos espíritos. Negar os espíritos seria negar a alma.

Os espíritos não são, ainda, como alguns crêem, seres vagos e indefinidos, nem chamas, nem fantasmas, como nos contos de almas do outro mundo. São seres semelhantes a nós, tendo um corpo igual ao nosso, mas fluídico e invisível em seu estado normal.

Quando a alma está unida ao corpo, durante a vida, ela tem um duplo envoltório: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. Há, pois, no homem três coisas essenciais: primeiro, a alma ou espírito, princípio inteligente que abriga o pensamento, a vontade e o senso moral; segundo, o corpo, envoltório material que coloca o espírito em relação com o mundo exterior; terceiro, o períspirito, envoltório fluídico, leve, servindo de liame e de intermediário entre o espírito e o corpo. A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o períspirito separados do corpo constituem o ser chamado espírito. A alma é assim, um ser simples; o espírito um ser duplo e o homem um ser triplo. Seria, pois, mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e a palavra espírito para o ser semi-material formado desse princípio e o corpo fluídico. As palavras alma e espírito são, no entanto, usualmente empregadas indiferentemente uma pela outra; é a aparência que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma forma que se diz de uma vila que é povoada por tantas almas, um povoado de tantas casas; mas, filosoficamente, é essencial diferenciá-las.

O corpo perispitual e o corpo carnal são ambos da matéria, embora sob dois estados diferentes; a natureza do envoltório fluídico da alma está sempre em relação com o grau de adiantamento moral da mesma. Disso resulta que a constituição íntima do perispírito não é idêntica entre todos os espíritos, encarnados ou desencarnados, não ocorrendo o mesmo com o corpo carnal, o qual está formado dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou inferioridade do espírito. O perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. É por ele que o espírito encarnado está em contínua relação com os desencarnados; é por ele, enfim, que se cumpre, no homem, fenômenos especiais que não têm a sua causa primeira na matéria tangível, e que, por esta razão, parecem sobrenaturais. Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel preponderante no organismo. Ele é ainda o órgão sensitivo do espírito; é pelo seu intermédio que o espírito encarnado tem a percepção das coisas espirituais que escapam aos seus sentidos carnais.

Texto formado por excertos de A Gênese e O que É o Espiritismo. .



3 comentários:

Dulce Miller disse...

Muito bom, Carolzinha! Assim como no blog da Adri, estou aprendendo sempre mais aqui!

Beijão

Adriana disse...

Carol,

Muito bom o texto. Ótima escolha.

Acho importante divulgarmos mais isso, pois vejo que muitos ainda não compreendem exatamente o que vem a ser perispírito, duplo etérico, enfim, esses termos que tanto usamos no Espiritismo.

E quando as pessoas compreenderem melhor o que vêm a ser esses termos, poderão entender que aquilo que nós vemos, por exemplo, nas "aparições de espíritos", não é exatamente o 'espírito', mas sim o perispírito dos nossos irmãos...

Beijos! ;)

Carol disse...

Dusinha...=>
Aprendemos muito todas nós juntas!
Um grande abraço de urso!

Dri....=>
Quando eu escolho os textos escolho muito pra mim mesma, sou muito verde no Espiritismo, e aqui na Oficina estou sempre trabalhando no meu entendimento como nova Espírita; e espero que os que como eu não sabe nada, tenha juntamente comigo um embasamento pra melhor compreensão da doutrina.
Obrigada por tudo!
Beijo no seu Coração!