ALMA IMATERIAL

Na sua negação da existência da alma, os materialistas têm freqüentemente argüido da dificuldade de conceber um ser privado de forma. Os próprios espiritualistas não explicavam como a alma, imaterial e imponderável, podia se unir estreitamente e comandar o corpo material, de natureza essencialmente diferente. Essas dificuldades têm encontrado sua solução nas experiências do Espiritismo.

Os fenômenos espíritas têm demonstrado que a alma é imortal, quer dizer que, quando o corpo que ela habita durante sua passagem sobre a Terra estiver destruído, ela não será atingida por essa mudança, conservará sua individualidade e poderá ainda manifestar sua presença por intervenções físicas. Aqui se apresenta uma dificuldade. Como compreender a ação da alma sobre o corpo?

Segundo a filosofia e os Espíritos, a alma é imaterial, dito de outra forma, ela não tem nenhum ponto de contato com a matéria que conhecemos. Não se pode conceber que a alma tenha propriedades análogas à dos corpos da natureza, pois o pensamento, que dela é a imagem, a emanação, escapa a toda medida, a toda análise física ou química. Mas é preciso tomar a palavra imaterial em seu sentido absoluto? Não, porque a imaterialidade verdadeira seria o nada; mas esta alma constitui um ser cuja existência é tal que nada aqui em baixo poderia dela nos dar uma idéia. A palavra imaterial significa que nenhum estado da matéria, tal como nós a conhecemos, pode nos fazer compreender o estado da alma.

A alma é imaterial porque os fenômenos produzidos por ela não podem se comparar a nenhuma propriedade da matéria. O pensamento, a imaginação, a memória não têm nem forma, nem cor, nem duração, nem maleabilidade; essas produções do espírito não estão restritas a nenhuma lei que rege o mundo físico, elas são puramente espirituais e não podem ser medidas, nem pesadas. A alma escapa, por sua natureza, à destruição pois ela se manifesta em toda sua plenitude após a desagregação do corpo, então a alma é imaterial e imortal.

O corpo e a alma são então essencialmente distintos: um notável por suas transformações incessantes, o outro pela imutabilidade de sua essência. Eles apresentam qualidades radicalmente opostas, e entretanto constatamos que vivem em uma harmonia perfeita e exercem influências recíprocas. O ódio, a cólera, a piedade e o amor se refletem sobre o rosto e imprimem um caráter particular à fisionomia. Nas emoções violentas, é todo o organismo que está perturbado; uma alegria súbita ou uma dor imprevista podem determinar abalos tais que a morte se segue. A imaginação age também sobre o físico com uma grande violência: é o que demonstram as obras da medicina que tratam desta questão, de sorte que se de uma parte esses efeitos estão bem constatados, de outra parte, a alma sendo imaterial, o problema de sua ação mútua permanece insolúvel para os filósofos.


3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Carol,Essa é a primeira vez que visito seu blog...

Essa é a primeira vez que visito seu blog, parabéns! é fantástico.
Também sou espírita e adoro essa doutrina. Dei uma paradinha na leitura para deixar esse comentário, mas com certeza voltarei pois tem muuuita coisa interessante.
Gostaria de saber se posso linkar seu blog. Aguardo sua autorização e espero sua visita no meu blog também.
http://aprenderparaevoluir.blog.terra.com.br

Beijos com carinho
Lu

Carol disse...

Lu... (intima eu né?!)
Fica a vontade na nossa Oficina! Como vc já deve ter notado a regra aqui é aprender, as podagens tem muito a ver com nosso aprendizado. Fico feliz em ter vc por aqui!
Beijo.

Adriana disse...

Carol, achei maravilhoso esse texto! Já tinha dado uma olhada rápida, mas agora é que li com mais calma. Como sempre, vc está fazendo ótimas postagens aqui! Vamos nessa, estudando sempre!

Beijos e fica com Deus!!!