tendo a oportunidade. Uma vez que reconhecemos tal atitude como uma falta se praticada por um homem, o que diríamos se praticada por Deus?
“A recompensa concedida aos bons, sendo eterna, deve ter por contrapartida, uma punição eterna. É justo proporcionar a punição à recompensa.”
Pensando assim misturamos extraordinariamente as coisas. Seria como chegar-se à conclusão que o diabo existe porque Deus existe. Onde está o bom-senso? Deus cria a alma tendo em vista torná-la feliz ou infeliz? Evidentemente, a felicidade da criatura deve ser o objetivo da sua
criação, de outro modo Deus não seria infinitamente bom. Ela alcança a felicidade por seu próprio mérito, pelo esforço que faz em se depurar moralmente; adquirindo o mérito, não pode perder-lhe o fruto, de outro modo degeneraria. A eternidade da felicidade é, pois, a conseqüência da sua imortalidade. Se uma alma culpada se arrepende, pode tornar-se boa; podendo tornar-se boa, pode aspirar à felicidade; Deus seria justo de, para isso, recusar-lhe os meios?
“O temor de um castigo eterno é um freio; se fosse tirado, o homem, não temendo nada mais, entregar-se-ia a todos os desregramentos.”
Esse raciocínio seria justo se a não eternidade das penas ocasionasse a supressão de toda sanção
penal. Por não ser eterno, o castigo não é menos penoso. Teme-se o castigo quanto mais nele se crê, e nele se crê quanto mais seja racional. A crença é um ato de entendimento, e, por isso, não pode ser imposta. Se, durante certo período da humanidade, o dogma da eternidade das penas pôde ser salutar, chega um momento onde se torna perigoso, uma vez que o homem chega a um
estado de compreensão da força moral; tal qual a criança que se contém, durante um tempo, pela ameaça de seres quiméricos, com a ajuda dos quais se assusta, mas, quando cresce, por si mesma faz
justiça aos contos com os quais foi embalada, sendo absurdo continuar vendo-os pelos mesmos meios.
“Tudo bem, mas e a Bíblia? As penas eternas estão lá descritas!”
As descobertas da ciência obrigaram o homem a buscar novas interpretações de várias passagens bíblicas, que tinham seu sentido tomado de forma literal. Aquele que continuasse a dizer que o Sol é que se movimenta em torno da Terra ficaria sozinho no estado ridículo de tal afirmação atualmente.
Os “problemas” começaram quando o homem descobriu, de forma científica, que a Terra é que girava em torno do Sol; que o planeta não fora criado do nada em seis dias e há apenas alguns poucos milhares de anos atrás; que seria impossível toda a humanidade ter surgido tão somente a partir de Adão e Eva, e ainda, ressurgido depois do dilúvio em um período de cerca de 600 anos, já constituindo-se a civilização egípcia e tendo sido povoados os grandes continentes até então conhecidos.
Pergunta-se: com isso o homem negou a Bíblia? Não, de forma alguma. Ele buscou o verdadeiro sentido de certas passagens, admitindo o seu erro nas interpretações anteriores que fazia da mesma.
Comparemos a idéia que se tinha de Deus à época do antigo testamento - um Deus carrasco, que se arrepende das coisas que fez (Gênesis, 6:6-7; Êxodo, 32:14; Jonas, 3:10; I Samuel, 15:35), que luta com Jacó e perde (Gênesis, 32:28-30) - com a que temos hoje e veremos quanta diferença; não porque Deus mudou, pois sendo perfeito é imutável; mas sim o homem evoluiu em seu entendimento, devendo, aliás, muito disso a Jesus Cristo.
As idéias seguem um curso incessantemente progressivo; não se pode governar os homens senão seguindo esse curso; querer detê-lo ou fazê-lo retroceder, ou simplesmente permanecer atrasado, quando ele avança, é perder-se. Seguir ou não seguir esse movimento é uma questão de vida ou morte, para as religiões assim como para os governantes. Contra as leis de Deus, toda resistência é inútil; lutar contra a Sua vontade é querer se destruir.
A maior parte deste texto foi extraída do livro O Céu e o Inferno.
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2 comentários:
Amigos. O livro "Apelos do Tempo", um estudo sobre a obra "O Livro dos Espíritos" está em fase final de revisão. Para revê-la o escritor Luiz Gonzaga Pinheiro uniu-se ao Grupo de Aprofundamento Doutrinário Leon Denis, composto por uma equipe multidisciplinar, a fim de detectar possíveis falhas em sua elaboração.
Este é um livro para quem realmente ama o Espiritismo. A obra estuda e detalha Kardec em seu contexto no século XIX, uma época cheia de preconceitos e de ciência ainda não avançada. Seu objetivo é a chamar a atenção para a atualização do Espiritismo em seus aspectos, científico e filosófico, procedimento aconselhado pelo próprio Kardec.
Todos na equipe são unânimes em afirmar que tal estudo leva a confirmação de que Kardec era muito mais sábio, honesto e coerente do que muitos supõem. Um cientista de vanguarda, homem íntegro e amante da ciência.
Faça o download no blogger “Desafio Espírita” ou “Apelos do tempo” e divulgue esta idéia.
Aoficina está linda! Parabens!
Continue assim na divulgação do Espiritismo.
Não podemos confundir a vontade positiva, com a permissiva de Deus, o íntimo desejo dEle, é que todos os homens herdem o céu, entretanto há o livre arbítrio, onde é possível se escolher o que será da eternidade. Seria Deus um Ser injusto se tivesse pego alguém de surpresa ao passar para a eternidade, e somente então passasse a ter o pleno conhecimento dos fatos, uma situação absolutamente contraditória ao que Ele tem feito, aliás com muita paciência, porque talvez se fosse eu não daria tantas oportunidades, mas Ele o faz e o faz, por amor Todas as condenações de pessoas registradas na bíblia, foram pessoas que livremente assim o provocaram, ao ignorar os ensinamentos e alertas que Ele dera antes.
O próprio Lúcifer existe e tornou-se inimigo ferrenho livre e espontaneamente, Deus assim não o fez, mas a partir de sua decisão passou a assumir as conseqüências ou punição pelo seu grave erro, aliás punição é largamente ensinado na bíblia, e não adianta mascararmos a verdade ou criarmos uma meia-verdade. Aquilo que o homem semear, isto também ceifará. (Gl 6:7), observemos que esta posto o caminho e nós é quem decidimos qual seguiremos, Ele mostra qual o que Ele deseja, e nós decidimos, é como se alguém nos encontrasse a beira de um abismo e nos alertasse, esta pessoa dessem-nos provas inequívocas, mas persistimos no erro e se viermos a cair nele, teremos que assumir as nossas próprias atitudes.
Mas, se você está lendo isto, é porque para você ainda há solução:
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Hb. 7:25.
Vinde então, e argüi-me , diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Isa. 1:18.
“E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele; quando vos desviardes para a direita ou para a esquerda.” Isa 30:21
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