Cultivamos a mentalidade ilusória de que, para sermos muito queridos, devemos resolver os conflitos dos seres amados, manter tudo na mais perfeita ordem, deixando todos felizes o tempo todo; mas é bom lembrarrmo-nos de que essa postura se opõe à razão e ao bom senso. Mesmo que ela fosse possível, seria uma façanha equivocada e certamente difícil de ser cumprida.

Acreditamos que ser fiel aos próprios princípios ou inclinações naturais pode gerar uma gama imensa de dificuldades e tememos que, sendo autênticos, estaremos expostos ao abandono, à rejeição e ao desprezo.

Muitos de nós carregamos desde a infância certa inquietação ou relutância para expressarmos nossos verdadeiros sentimentos afetivos. Qual o tipo de mensagem familiar que ainda ecoa em nossa casa mental?

"Se você me disser alguma coisa que eu não quero ouvir, ou me contar algo vergonhoso, eu o castigarei e nunca mais falarei com você." Essa advertência severa que recebemos quando crianças, por termos sido honestos quanto aos nossos sentimentos, pode ter deixado marcas indeléveis em nosso inconsciente.

A suposta vantagem de não revelar o que se passa em nosso Íntimo se deve à crença de que, dessa forma, conseguiremos um escudo protetor, impedindo que as pessoas usem essas informações para nos repelir, magoar ou abandonar.

Uma desvantagem, contudo, é o fato de que manter uma barreira entre nós e os outros nos impedirá de desfrutarmos relações saudáveis, sinceras e de confiança mútua. Sem nos deixarmos conhecer verdadeiramente, podemos ficar excessivamente vulneráveis a possíveis abusos, e ao pouco-caso, passando a viver isoladamente e evitando todo mundo.

A medida certa para quem ama é não temer, é mostrar ao outro o que sente, como pensa e age. Ao nos portarmos dessa forma, supomos ter perdido muito quanto à aparência externa ou à consideração alheia, mas teremos lucrado muitas vezes mais em força interior, segurança, firmeza e respeitabilidade. Para que possamos ter relacionamentos agradáveis e gratificantes com os outros, é necessário primeiro que nos sintamos à vontade com nós mesmos.

Esta fábula tão antiga revela que, apesar da passagem dos séculos, ainda vivemos uma maneira neurótica de amar e de ser amado, e que as dificuldades no campo da afetividade continuam as mesmas.

Quando a paixão nos envolver, precisamos impor limites, não dizer adeus à prudência e jamais perder a dignidade, seja pelo motivo que for ou por quem quer que seja. "Ah! A paixão! Feliz daquele que escapa dos seus ardis!"

HAMMED

Comunidade Espírita

3 comentários:

Anônimo disse...

"Quando a paixão nos envolver, precisamos impor limites, não dizer adeus à prudência e jamais perder a dignidade, seja pelo motivo que for ou por quem quer que seja. "Ah! A paixão! Feliz daquele que escapa dos seus ardis!"

Temos que está bem em tudo, e nao deixar as paixões nos abater!
Muito lindo!!

Dulce Miller disse...

Por muitas vezes a paixão me fez refém de mim mesma, com suas ardilosas táticas de auto-destruição. Hoje existe uma espécie de escudo protetor a minha volta. Se isso é bom? Não sei. Também no momento isso não me importa muito não. Só desejo paz pro meu coração e paz, é uma das coisas que a paixão não nos proporciona.
Ao menos acho que estou aprendendo com meus erros e tentando ser uma pessoa melhor, independente de ter alguém ao meu lado ou não. Hoje quem é mais importante pra mim, sou eu mesma.

Beijo

disse...

Boa noite Carol!

Sabe Carol sempre fui de amar muito, amar meu pais, meu irmão, minha família, meus amigos, meu marido e meu filhos, mais nunca deixei que a paixão aquela paixão fizesse parte da minha vida. Mas primeiro amo a mim mesma, gosto de mim, se eu naão gostar de mim como é que as pessoas irão gostar de mim.
Procuro també não fazer dos meus amores Deus, pois Ele é só Ele o meu Senhor, os seres humanos são meus irmãos.
Tendeu? eu não ...
A cabeçinha não tá muito legal esses dias.
Beijos minha linda e que Deus e só ele te abençoe!
Rô!